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10 Princípios para a Mobilidade Urbana

por Marina Araújo

Nesse período eu estou fazendo uma matéria sobre análise da forma urbana e da paisagem e toda semana dois ou três alunos são designados para falar de algum tema específico sobre urbanismo ou paisagismo. Aula passada uma aluna falou sobre um tema que me chamou muita atenção e de cara eu pensei: preciso fazer um post sobre isso! O tema sobre o qual ela palestrava era sobre mobilidade urbana, mais especificamente sobre um artigo produzido por Jan Gehl, um arquiteto dinamarquês cuja a carreira foi construída com base no princípio de melhorar a qualidade de vida urbana através da reorientação do planejamento urbano em favor dos ciclistas e pedestres.

Nesse artigo ele fala sobre 10 princípios para a mobilidade urbana. Ele aborda de maneira bastante simples e direta os problemas que enfrentamos nos grandes centros urbanos e como um bom planejamento faz toda a diferença para que a mobilidade urbana possa ser utilizada da melhor forma possível em uma determinada cidade ou local. Pois bem, enquanto essa aluna falava sobre esse tema eu comecei a refletir sobre o quanto as nossas cidades podem ser mal planejadas. E isso muitas vezes acontece porque não existe um diálogo de cidade entre o arquiteto urbanista e a população que faz a cidade e vice-versa. Achei bastante interessante o título do artigo do Jan Gehl: “A cidade somos nós”. Sim! A cidade somos nós! Ela não é formada só por arquitetos mas por diversas pessoas que exercem os mais variados tipos de coisas. Quando deixamos de lado somente a questão formal e passamos a pensar nas pessoas, a arquitetura tem outro sentido. Passamos a refletir sobre o dia-a-dia, sobre a necessidade de se ter espaços de convivência, de como faz diferença pensar em cidade como um todo, tanto em termos de função quanto de habitação, mobilidade e segurança.

Pensando nisso, eu criei 10 gráficos que abordam os princípios sobre mobilidade urbana, segundo Gehl Jan:

1.:Ande a pé!

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Gráfico feito por Marina Araújo através do site magic.piktochart.com.

Todos nós somos pedestres e andar é a maneira mais natural, saudável e acessível de se movimentar. Mas andar requer muito mais que duas pernas. Requer ruas que se possa andar e isto é fundamental para a construção de uma cidade sustentável. As cidades mais bem-sucedidas do mundo tem suas ruas cheias de vida e fáceis de caminhar. Elas estão constantemente cuidando e melhorando a suas ruas. Grandes cidades começam pensando em ambientes adequados para os pedestres.

2.: Propulsão urbana!

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Gráfico feito por Marina Araújo através do site magic.piktochart.com.

Bicicletas e outros meios de transporte que são movidos através da força humana oferecem comodidade de se viajar de um lugar para o outro usando menos espaço e menos recursos. Quando comparado aos taxis e carros, para viagens curtas eles são a alternativa mais saudável e mais sustentável. Se as ruas são mais seguras e confortáveis, as pessoas vão preferir usar a bicicleta em vez do carro. Uma outra coisa que ajuda é a disponibilização de bicicletas públicas (tipo as do itaú, que você paga uma mensalidade de R$ 15,00 para andar durante o mês).

3.: Vá de ônibus

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Gráfico feito por Marina Araújo através do site magic.piktochart.com.

Algumas viagens são muito longas para serem feitas com bicicleta ou a pé. Com toda essa massa de carros, caminhões, vans e outros meios de transporte, a intervenção para melhorar os sistemas públicos de transporte é fundamental. O transporte de massa pode movimentar milhões de pessoas de forma rápida e confortável gastando muito menos combustível (e dinheiro) do que o requerido para automóveis.

4.: Estabeleça limites!

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Gráfico feito por Marina Araújo através do site magic.piktochart.com.

No último século muitas cidades foram adaptadas e desenhadas para acomodar as viagens de automóveis. Para os próximos anos, esses carros deverão ser limpos, se utilizando de um combustível eficiente e deverão ser seguros para os passageiros e as pessoas no entorno. Quando falamos em alargar ou acrescentar vias, isso tende a causar danos às comunidades locais. Assim, se as viagens de carro forem planejadas para crescerem no mesmo ritmo da população, isto poderá gerar uma cidade que é feita para as pessoas e não para os carros!

5.: Cuide das entregas!

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Gráfico feito por Marina Araújo através do site magic.piktochart.com.

A vida urbana é alimentada pelo transporte de mercadorias, que são feitos na sua maioria por caminhões. Este transporte contribui com 40 a 50% da poluição sonora e do ar. Cidades sustentáveis precisarão assegurar uma entrega eficiente de mercadorias, minimizando os impactos nas comunidades. O transporte regional poderia ser transferido para as ferrovias ou para sistemas de entrega hidroviários, enquanto a logística da cidade poderia racionalizar o transporte de carga.

6.: Misture!

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Gráfico feito por Marina Araújo através do site magic.piktochart.com.

Integrar residências, locais de trabalho e atividades comerciais e de entretenimento em uma só área é uma boa maneira de fazer da cidade um lugar melhor para se viver. Quando os destinos das pessoas estão próximos, muitas vezes a viagem pode ser feita a pé. A paisagem das ruas se torna mais variada, rica e interessante! Atividades realizadas ao mesmo tempo animam as ruas, atrai as pessoas, empresas locais prosperam e se diversificam e a segurança melhora.

7.: Preencha espaços!

 

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Gráfico feito por Marina Araújo através do site magic.piktochart.com.

O primeiro passo para acomodar o crescimento urbano futuro é adensar o território urbano existente provendo excelência e diversificação de serviços e equipamentos. Comunidades densas constituem a base para vibrantes e animadas áreas urbanas de uso misto, onde andar a pé, de bicicleta e de transporte público são partes integrantes de um modo de vida muito mais prazeroso.

8.: Fique ligado!

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Gráfico feito por Marina Araújo através do site magic.piktochart.com.

O que torna um lugar especial? Sua história, seu ambiente natural, a cultura do povo que vive e trabalha lá? Tudo isso! Por isso a identidade do lugar e o modo de vida de seus moradores devem ser preservados e realçados; não destruídos ou deslocados.

9.: Conecte as quadras!

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Gráfico feito por Marina Araújo através do site magic.piktochart.com.

Cidades que são agradáveis para andar a pé e de bicicleta têm um grande número de ruas pequenas e estreitas e muitas interseções. Isso torna o tráfego lento, enquanto andar a pé é mais direto, variado, interessante e atrativo. As ruas pequenas e relativamente estreitas são bem dimensionadas para a percepção das pessoas que andam a pé. Proporcionam boas oportunidades de conexão com a vizinhança, cada esquina oferece diversas possibilidades de rotas. Edifícios, lojas, árvores e outros elementos da rua estão próximos dos pedestres e dos ciclistas enquanto se deslocam.

10.: Faça durar!

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Gráfico feito por Marina Araújo através do site magic.piktochart.com.

Cidades sustentáveis aproximam as gerações. Elas são memoráveis, maleáveis, construídas com bons materiais de alta qualidade e bem conservadas. Tudo isso faz com que a construção dure e que seja utilizada por anos pela sua comunidade. E isso é maravilhoso!

Bem pessoas, eu realmente espero que vocês tenham gostado desse post e que ele ajude vocês, estudantes, arquitetos e cidadãos da cidade, a melhorar o local em que vivemos! São princípios simples que se bem aplicados realmente geram bons resultados.

E você, o que achou desse post? Comenta aqui embaixo a sua opinião! Ha, outra coisa: se você acompanha o blog ou é novo por aqui, dá uma olhadinha na enquete que está rolando aqui na lateral do blog! Ela está lá em cima, acima das Tag’s. Vai levar 10 segundos para você responder e vai me ajudar bastante nas novidades que eu estou preparando para vocês ano que vem!

Conto com vocês! Lembrando que tem vídeo novo lá no canal, então se você ainda não é escrito dá uma olhadinha lá! E não esquece de curtir esse post aqui embaixo se você gostou! 🙂

Abraços e até a próxima!

Marina 🙂

 

 

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1 comentário

Jackson Alex 15 de março de 2017 - 21:15

Um comentário não, somente elogios, quem dera que os políticos pensassem assim que nem você Marina! Mas quanto ao texto acima, muito bom, direciona a um bom desenvolvimento urbano e social, o seu texto se encaixa a todas as regiões, inclusive a minha aqui no norte, irei me basear neste texto, obrigado por essa publicação.

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