Hoje eu compartilho com vocês um tutorial de um convidado especial: Ricardo Spósito. Eu conheci o trabalho do Ricardo há pouco tempo e fiquei fascinada pelo modo de como ele trabalhava com as suas composições, principalmente por saber que ele usava o Artlantis como render. Já fazia um tempo que eu queria mostrar um tutorial sobre o Artlantis aqui no site. Descobrir o trabalho do Ricardo foi simplesmente maravilhoso! Sendo assim, eu o convidei para compartilhar conosco o seu conhecimento, o que de bom grado ele aceitou.
Sobre o autor:
Ricardo Spósito é arquiteto e urbanista pela Universidade de São Paulo. Durante a graduação, ingressou como pesquisador IC no Nomads USP, núcleo de estudos de habitares interativos, na área de Processos de Design, especificamente nas narrativas como ferramenta de concepção e linguagem arquitetônica.
Atualmente trabalha como desenvolvedor freelancer de maquetes eletrônicas para construtoras, escritórios de arquitetura e de design de interiores. É também colaborador em projetos no escritório Oficina de Brincar, voltado para o design de espaços e mobiliários para infância e educação.
Em paralelo, mantém uma página na internet de gastronomia e fotografia, A Cozinha Coletiva.
Endereços:
Portfolio: http://richardarquiteto.wix.com/trabalhos
Facebook: https://www.facebook.com/ricardo.sposito.3
Introdução:
Para esse tutorial utilizaremos três softwares. O primeiro, para modelagem do projeto, é o Sketchup. O segundo, para renderização do modelo, é o Artlantis 6. E a pós-produção das imagens fica por conta do Photoshop.
É bom lembrar que o Artlantis é um software ‘stand alone’, isto é, ele é um programa independente de renderização compatível com todos os softwares de modelagem [com alguns deles, como o Sketchup, automaticamente, e com outros através de plug-ins específicos].
Processo de criação:
1. O Artlantis importa automaticamente os arquivos criados no Sketchup. Porém para facilitar a aplicação de texturas, é bom tomar dois cuidados ao se criar o modelo .skp:
– No Sketchup todo plano tem 2 lados, um claro, que é a “frente”, e um escuro, que é o “verso”. Certifique-se que todos os planos do seu arquivo estejam com os lados ‘frente’ expostos.
-Eu costumo colocar TODAS as texturas no Artlantis – apesar do programa reconhecer as texturas do Sketchup, geralmente elas não ficam muito realistas. Para isso, eu apenas aplico cores no Sketchup, e todos os planos que estiverem na mesma cor no Sketchup receberão a mesma textura no Artlantis, automaticamente. Por isso meu arquivo pronto de Sketchup fica todo colorido, como na imagem.
2. Depois do arquivo aberto no Artlantis, ele aparecerá na tela de pré-render, como na imagem abaixo. Agora, há cinco passos principais a serem desenvolvidos no Artlantis [cada um deles como uma aba da barra superior do programa]: aplicação de texturas [Shaders]; aplicação de objetos na cena [Objetos]; definição de luzes artificiais [Luzes] – não utilizado nesse exemplo; definição de iluminação natural e ambiente [Heliodons]; e definição de parâmetros de câmera e renderização final [Perspectivas]. Esses passos não seguem uma ordem, mas vão sendo alterados e definidos conforme a evolução da cena como um todo.
3. Aplicação de texturas: o Artlantis vem com uma biblioteca básica de Shaders [que é como são chamadas as texturas] e novos podem ser baixados ou criados através de imagens. Os Shaders prontos vêm com parâmetros [reflexo, brilho, transparência, ondulação e ambiência] definidos. Nas texturas por imagens, esses parâmetros são definidos por você, além das dimensões e replicação. Para aplicar uma textura, é só arrastá-la da biblioteca sobre o campo na tela de visualização pré-render a ser texturizado.
4. Aplicação de objetos: o Artlantis tem uma biblioteca básica de objetos, mas novos podem ser criados a partir de modelos 3d desenvolvidos em outros programas [sketchup, 3dmax, etc.]. Quem trabalha com o programa regularmente acaba formando uma biblioteca extra bem bacana. Para aplicar um objeto, é só arrastá-lo da biblioteca para a cena. Para definir exatamente a posição dele, o Artlantis tem uma janela para visualização em 2d onde você pode posicionar o objeto em planta e em vistas.
5. Iluminação natural: Na aba Heliodon você pode definir todos os parâmetros de iluminação: aplicação de sombra, efeito de raio de luz [aquele que parece vir de Deus], intensidade e saturação da luz solar. A posição e altura do sol pode ser definida por localização geográfica e data, ou manualmente na janela de visualização 2D. Pode-se definir também nessa aba o tom e saturação do céu, quantidade e tipos de nuvens, poluição, fog, etc. [esses parâmetros eu normalmente não utilizo – substituo pelo uso do céu em HDRI, como explico no próximo passo].
6. Na aba Perspectivas você cria as cenas a serem renderizadas [a câmera e ângulo de visão e ponto de fuga podem ser posicionados na janela Visao 2D], além de definir distância focal, contraste, saturação, etc. É nessa aba também que você pode adicionar planos de fundo [background] e planos de frente [foreground] para suas cenas. Eu adiciono sempre fundos em HDRI, e defino os parâmetros de força da iluminação e claridade da cena pelo HDRI. Imagens HDRI são bastante usadas em programas de renderização e podem ser baixadas na internet.
7. Por fim, os parâmetros finais de renderização são definidos. Existem parâmetros pré-definidos [conforme tempo de render [velocidade, médio, qualidade] e tipo de espaço [interno, externo]], mas você pode alterar todos eles conforme sua cena precisar. Todas as alterações nos parâmetros vão aparecendo direto na janela de pré-visualizacão do render.
O Artlantis oferece dois tipos de balanço de luminosidade da imagem final, como se fosse uma câmera fotográfica: pelo ISO e velocidade de obturação ou pela Exposição. Você também pode escolher o equilíbrio de branco [nulo, automático ou manual].
Não há uma regra fixa para definir esses parâmetros – eu sempre vou experimentando conforme a cena que quero apresentar.
Por fim, é escolher tamanho e resolução da imagem final e renderizar.
As imagens apresentadas aqui foram renderizadas em 300dpi e tem cerca de 3500px de comprimento. Elas levaram aproximadamente 1 hora e 20 minutos cada.
8. Depois das imagens renderizadas, no Photoshop se corrigem pontos de iluminação, equilíbrio de branco e vivacidade das cores, basicamente.
Imagem final:
E então, o que acharam do tutorial do Ricardo?! Acho que deu para ter uma boa ideia de como funciona o Artlantis! Eu usei poucas vezes o Artlantis, mas agora eu quero usar novamente utilizando todas as dicas que ele deu aqui no post!
Quero aproveitar para agradecer mais uma vez o Ricardo Spósito por ter aceitado o convite de compartilhar com a gente o seu conhecimento. Valeu Ricardo!
Gostou no trabalho dele? Então é só acessar os links que ele compartilhou no início do post.
E se você gostou desse tutorial, é só clicar em curtir aqui embaixo e compartilhar nas redes sociais!
Abs e até a próxima,
Marina 🙂
3 comentários
Querida Marina, o que seria esse dois lados do sketchup?
” No Sketchup todo plano tem 2 lados, um claro, que é a “frente”, e um escuro, que é o “verso”. Certifique-se que todos os planos do seu arquivo estejam com os lados ‘frente’ expostos.”
Abraços
Oi Flávia! Desculpe pela demora em responder, só vi o seu comentário agora! Então, acredito que o lado que o Ricardo se referiu é o lado claro, onde tem iluminação. Quando você ativa a sombra dá para ter uma boa ideia disso.
Abs!
Marina 🙂
Boa noite Mariana . Eu trabalho com os meus projetos no sketchup. Estou agora desenvolvendo os trabalhos no Artlantis. Tenno uma duvida, uma parede intertida do projeto vindo do Sketshup o Artlantis nao reconhese.